sábado, 27 de março de 2010

O JULGAMENTO DE FRINÉIA


Olaco Bilac

Mnezarete, a divina, a pálida Frinéia, comparece ante a austera e rígida assembléia do Areópago supremo. A Grécia inteira admira aquela formosura original, que inspira e dá vida ao genial cinzel de Praxíteles, de Hiperides à voz e à palheta de Apeles. Quando os vinhos, na orgia, os convivas exaltam e das roupas, enfim, livres os corpos saltam, nenhuma hetera sabe a primorosa taça, transbordante de Cós, erguer com maior graça, nem mostrar, a sorrir, com mais gentil meneio, mais formoso quadril, nem mais nevado seio. Estremecem no altar, ao contemplá-la, os deuses, nua, entre aclamações, nos festivais de Elêusis...Basta um rápido olhar provocante e lascivo:quem na fronte o sentiu curva a fronte, cativo...Nada iguala o poder de suas mios pequenas: basta um gesto, - e a seus pés roja-se humilde Atenas...Vai ser julgada. Um véu, tornando inda mais bela sua oculta nudez, mal os encantos vela, mal a nudez oculta e sensual disfarça. Cai-lhe, espáduas abaixo, a cabeleira esparsa...Queda-se a multidão. Ergue-se Eutias. Fala, e incita o tribunal severo a condená-la:"Elêusis profanou! É falsa e dissoluta, leva ao lar a cizânia e as famílias enluta! Dos deuses zomba! É ímpia! é má!" (E o pranto ardente corre nas faces dela, em fios, lentamente...)"Por onde os passos move a corrupção se espraia, e estende-se a discórdia! Heliastes! condenai-a!"Vacila o tribunal, ouvindo a voz que o doma...Mas, de pronto, entre a turba Hiperides assoma, defende-lhe a inocência, exclama, exora, pede, suplica, ordena, exige... O Areópago não cede."Pois condenai-a agora!" E à ré, que treme, a branca túnica despedaça, e o véu, que a encobre, arranca...Pasmam subitamente os juizes deslumbrados,- Leões pelo calmo olhar de um domador curvados: nua e branca, de pé, patente à luz do dia todo o corpo ideal, Frinéia aparecia diante da multidão atônita e surpresa, no triunfo imortal da Carne e da bleza.

QUEM FOI FRINÉIA?

Demasiado bela para ser condenada à morte»Das mulheres da Antiguidade consideradas maravilhas de beleza poucas houve que pudessem comparar-se a Aspásia, Lais, Tais, Frinéia e algumas mais.Frinéia um desses prodígios de carne viva, a escultural Frinéia nasceu em Tespia, na Beócia, no século IV antes da nossa era. O seu verdadeiro nome era Menesarete. Deve o apelido de Frinéia ao tom pálido da sua tez.Por causa da beleza com que a Natureza a dotou, Frinéia reinou muito tempo sobre Atenas. Em sua casa recebia os mais brilhantes espíritos, as glórias mais puras do seu tempo.Aos 18 anos tinha atingido uma tal perfeição, tão grande plenitude de formas, que, mesmo naquela Grécia em que a beleza feminina era moeda corrente, se tornou famosa. Os seus amantes, tanto os antigos como os novos, estavam todos de acordo em afirmar que os mais magníficos produtos da arte grega, a «Sosondra», de Calamis, a «Afrodite Pandemos», de Scopas, a «Juno» de Euphoranor, não igualavam a harmonia de proporções, os esplendores de Frinéia.A arguta beldade, entretanto, ao contrário das outras mulheres, evitava usar túnicas abertas ao lado e nunca ia aos banhos públicos «com receio — dizia — de embotar a curiosidade dos outros».Atordoada por uma tão rápida ascensão, muitas vezes Frinéia perdeu o senso da realidade. Contava-se em Atenas que Tais, numa noite de orgia, colocara na mão de Alexandre a tocha que devia atear o incêndio de Persepolis… Frinéia, menos para conservar a sua popularidade da que para diminuir o esplendor da rival, teve uma ideia de génio: Alexandre havia destruído Tebas. Ela ofereceu-se para a reconstruir à sua custa. — Tais incendiava as cidades — proclamava — Eu quero reconstruí-las!Na sua proposta, porém, havia uma condição essencial: Na porta principal de Tebas seria posta esta inscrição — Alexandre destruiu-a; Frinéia restaurou-a.Um dia, na multidão dos seus admiradores, Frinéia avistou um rapaz de aspecto tímido e doce. Tratava-se do célebre escultor Praxíteles. No dia seguinte foi ao seu atelier e, pela primeira vez na vida, posou para um artista. Praxíteles executou sobre esse modelo escultural a famosa estátua de Afrodite. E, já apaixonado, o artista escreveu no pedestal: — Praxíteles viu Frinéia e traçou a imagem do amor.

BRASIL

Brasil, terra de todos suas entranhas estão ardendo de dor; estranhas criaturas, invadiram seu pudor e nos deixaram nus. Nus na ignorância do saber do decidir, do ir, do vir.

O Brasil terra amada o nosso povo chora o nosso povo chora derrama lágrimas quentes em estressantes ambientes; cataclisma lúdico governantes corruptos, enfim, se dizem justos.


(Autora: Raquel Neta)

quinta-feira, 25 de março de 2010

ANTONIO OLIVEIRA


PORQUE CHORAS



Porque choras numa tarde tão bela de primavera, tuas lágrimas entristecem as flores, desfazem a quimera! Porque choras se a alegria depois da tormenta desfaz a dor e, se tens o brilho do Sol e a graça da Lua sempre ao teu dispor!

Porque choras se sabes que a poesia brotará no novo dia quando te soprares todos os ventos da bela harmonia! Porque choras borrando teu semblante diante dos foscos brilhantes das estrelas errantes de ilusórios cintilantes!

Porque choras gritando no espaço vazio, com medo do frio se tens a solidão como companheira de estrada, dessa fria estrada regada de lágrimas que conduz ao nada!

E porque não chorar nesta vida submetida a tantas despedidas, subidas e descidas, cercada de nada, que segue pro nada, pela curta estrada da triste caminhada!

sábado, 20 de março de 2010

O QUE É O TEMPO?


Tempo é um dos grandes mistérios do Universo; é o tipo de coisa que todo mundo pensa que sabe o que é. Santo Agostinho, (354-430), filósofo de grande influência no pensamento cristão, costumava falar o seguinte sobre o assunto: “Se ninguém me perguntar o que é tempo eu sei o que é, mas se eu desejar explicá-lo a quem me indaga, eu não sei”. A metafísica realista usa a imagem do rio para representar o tempo como algo que passa sem cessar: a nascente é o passado, o lugar onde me encontro é o presente, a foz é o futuro. No entanto, numa análise mais profunda, perceberemos que a imagem do rio não corresponde ao escoamento do tempo. Para que correspondesse deveria estar invertida, pois a água que está na nascente é aquela que ainda na passou pelo lugar onde estou e, portanto, ela é, para mim, o futuro e não o passado; a água que está na foz é aquela que já passou pelo lugar onde estou e, portanto, para mim, é o passado e não o futuro.
No conto Zadig ou o destino, de Voltaire, um dos personagens, o grande mago do reino de Babilônia, propôs alguns enigmas aos candidatos a trono de rei, para governar juntamente com a rainha Astartéia. Seria a fase final aos candidatos que combatera na arena e derrotara certo número de combatentes O mago propôs o seguinte enigma (o primeiro): “Qual é, de todas as coisas do mundo, a mais longa e a mais curta, a mais rápida e a mais lenta, a mais divisível e a mais extensa, a mais negligenciada e a mais irreparavelmente lamentada, que devora tudo o que é pequeno e que vivifica tudo o que é grande?” Uns disseram que seria a fortuna, outros a terra, outros a luz. Zadig acertou dizendo que seria o tempo. “Nada é mais longo (…) pois que é a medida da eternidade; nada é mais curto, pois que falta a todos os nossos projetos; nada mais lento para quem espera; nada mais rápido para quem desfruta a vida; estende-se, em grandeza, até o infinito; divide-se, até o infinito, em pequenez; todos os
homens o negligenciam, todos que lamentam a perda; nada se faz sem ele; faz esquecer tudo o que é indigno da posteridade, e imortaliza as grandes coisas.”
Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem móvel da eternidade (aión) movida segundo o número” (Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma aparência mutável e perecível de uma essência imutável e imperecível - eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em movimento, o tempo está em permamente alteridade. O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos fenômenos em ininterrupta mudança. Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión). Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera sombra da eternidade. Considerando que somente a região imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos dizer que o tempo platônico é uma ilusão. Ele é real apenas na medida em que participa do ser da eternidade.

“O tempo é uma mancha na eternidade” (Antonio Oliveira)

segunda-feira, 15 de março de 2010

HOMEM: UM SER PARA A MORTE


Para Heidegger, um dos “existenciais” que caracterizariam o homem é o “ser-para-a-morte”. Isto significaria que entre as diversas possibilidades do homem há uma que representa “a possibilidade da impossibilidade”, ou seja, quando esta ocorre, todas as demais possibilidades ficam excluídas. A morte é experimentada como uma perda, mas uma perda sofrida pelos sobreviventes e não pelo próprio defunto. O homem não é um ser acabado mas em vias de acabamento. Avançar para a morte consiste em aproximar-se do ponto para onde covergem o ser e o nada. Assim que um homem ganha a vida, ele já esta suficientemente velho para morrer, ou seja, a morte faz-se presente ao homem imediatamente após o seu nascimento. Assim a vida é o começo duma destruição, dum desaparecimento, no qual, a morte é a força secreta.
Mas uma coisa pode acontecer para despertar o homem para sua condição mais própria, a angústia. Ela resulta da falta de base da existência humana. A "existência" é uma suspensão temporária entre o nascimento e a morte O projeto de vida do homem tem origem no seu passado (em suas experiências) e continuam para o futuro, o qual o homem não pode controlar e onde esse projeto será sempre incompleto, limitado pela morte que não pode evitar.
A angústia funciona para revelar o ser autêntico, e a liberdade como uma potencialidade. Ela enseja o homem a escolher a si mesmo e governar a si mesmo.
Na angústia, a relevância do tempo, da finitude da existência humana, é experimentada então como uma liberdade para encontrar-se com sua própria morte, um "estar preparado para". No momento da angustia todas as entidades em que o homem estava mergulhado se afastam, afundando em um "nada e em nenhum lugar," e o homem então em meio às coisas paira isolado, e em nenhuma parte se acha em casa. Enfrenta o vazio, descobre-se nú, compreende-se como um ser para a morte. Assim, a angustia "sóbria" e a confrontação implicada com a morte têm importância metodológica: certos fundamentos são revelados.

sábado, 13 de março de 2010

JARDIM SUSPENSO DA BABILÔNIA


Nabucodonosor - rei da Babilônia (630 a.C.); durante seu governo a Babilônia atinge o auge de sua prosperidade e hegemonia, sendo conhecida como "Rainha da Ásia". A maior realização de seu reinado é um conjunto arquitetônico para proteger a cidade de invasões. Compreende a Torre de Babel, com 250 m de altura, os Jardins Suspensos e um canal de defesa ligando os rios Tigre e Eufrates, a 40 km da Babilônia, cercado por um muro em toda a sua extensão. Líder militar de grande energia e crueldade, aniquila os fenícios, derrota os egípicios e obtém a hegemonia no Oriente Médio. Estende o Império Babilônico até o Mar Mediterrâneo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Anne Frank


Em 12 de março de 1945 Morre Anne Frank que vivera escondida com sua família em Amsterdam durante a ocupação Nazista na Holanda. Anne Frank aos 13 anos de idade conta em seu diário a vida deste grupo de pessoas. Em 4 de agosto de 1944, agentes da Gestapo detém todos os ocupantes que estavam escondidos em Amsterdam e levam-nos para vários campos de concentração. No mesmo dia da prisão dos pais de Anne, entregam o diário dela para o pai Otto Heinrich Frank. Anne Frank, autora do diário em que contava os horrores da perseguição nazista contra os judeus, morre de tifo e inanição no dia 12 de março de 1945. Ela e a família foram enviadas a um campo de concentração nazista depois que seu esconderijo foi denunciado por um vizinho no fim de feverreiro de 1945.

quinta-feira, 11 de março de 2010

A MALA DA DECADÊNCIA

Ao receber a incubencia de condizir a mala da decadência, percebi que nesse mundo aloparado cada um segue uma rota. Todos ansiosos dentro de um labirinto de subjetividades em busca da grande saída. Um para manter seu decadente emprego compila da filosofia um elogio sensato para o chefe imediato. Outro compõe um panegírico para um impostor qualquer de corrompido saber desde que seja detentor de algum tipo de poder. Alguns charlatões se dedicam a predizer o futuro, outros explicam o poder do magnetismo na teoria do heliocentrismo. E eu, como vítima da política da falência - velada nas trevas da displicência - carrego a mala da decadência!

MARIA LUÍSA DA ÁUSTRIA


Em 11 de Março de 1810 acontece o casamento de Napoleão com Maria Luísa da Áustria. O casamento de Napoleão e Josefina não havia dado um herdeiro ao trono. As irmãs do Imperador detestam a cunhada e não perdem oportunidade de apresentar mocinhas dóceis a seu poderoso irmão; um dia, uma destas amantes eventuais engravida e Napoleão, seguro de não ser estéril, divorcia-se e busca uma noiva à sua altura dentro de uma das casas reais européias. Depois de hesitar entre uma princesa russa e uma austríaca, decide-se pela Áustria e obtém a mão de Maria Luísa, filha de Francisco I, vinculando sua casa à mais tradicional dinastia européia, os Habsburgos

terça-feira, 9 de março de 2010

Etna, belo e perigoso!




O vulcão Etna, que ainda hoje está ativo na Itália (foto), causou a morte de mais de 20 mil pessoas no dia 8 de março de 1669. A erupção destruiu a cidade de Catania. O Etna é um vulcão activo situado na parte oriental da Sicília (Itália), entre as províncias de Messina e Catânia. É o mais alto vulcão da Europa e um dos mais altos do mundo, atingindo aproximadamente 3340 metros de altura, variando devido às frequentes erupções.

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Mulher brasileira

Como uma estrela de primeira grandeza iluminando a natureza, tal qual um farol clareando o abismo profundo do deserto do mundo apreciarei a mulher brasileira elegante e faceira que não é um ente qualquer;

bela e graciosa árvore frondosa que Deus plantou no jardim do amor edificou e regou com a mais pura essência da exuberante Flor; e com o substrato da hortência querida que perfuma o jardim da existência nos campos da vida!

Rainha da beleza eleita sob a linha do equador; plasmada pela mão do Criador para alegrar este mundo ilusório submerso na dor.

Dentre todas as dádivas com que O Criador honrou e alegrou este mundo cruel de tantos desencontros, a mulher brasileira com seu jeito fascinante de ser reanima o viver em cada amanhecer!

Hospitaleira e alvissareira é também uma guerreira que domina com emoções os duros corações. A mulher não é apenas uma flor, ela é o broto do amor, que alimenta a flor!

É a mãe da vida! Ternura florida. É certamente a luz mais provida, é a mais colorida dentre todas as luzes que brilham na terra, no céu e até mesmo no mar!

(Autor: Antonio Oliveira)

MATANÇA É UM POEMA TRANSCENDENTAL


MATANÇA

Xangai

Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde de menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Mora no dicionário vida eterna milenar
Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra, o ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar
Que quando chegar a horaÉ certo que não demora
Não chame Nossa SenhoraSó quem pode nos salvar é
Caviúna, cerejeira, baraúnaImbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro e jatobáGonçalo-alves, paraíba, itaúba
Louro, ipê, paracaúba
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá
Pau-fero, anjico amargoso, gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá

ESTAMOS MATANDO NOSSO IRMÃO MOGNO.


Se a exploração descontrolada e predatória do mogno continuar do jeito que está, muito em breve essa árvore estará extinta. O mogno já desapareceu de extensas áreas do Pará, Mato Grosso e Rondônia, e há indícios de que sua diversidade e quantidade atuais podem não garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. Essa denúncia fora feita a muito tempo atrás pelo poeta Xangai em seu poema "Matança".

sábado, 6 de março de 2010

A JUSTIÇA ESTÁ PRESA


Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'

PENSE COM ARISTÓTELES


A beleza reside na magnitude e na ordem, e por esse motivo um organismo exageradamente grande ou exageradamente pequeno jamais poderiam ser chamados de belo. Assim como os seres viventes e as coisas precisam ter um tamanho adequado para que permitam a visão abarcá-los por inteiro, assim também as fábulas precisam ter uma extensão que a memória possa apreender por inteiro. Dessa forma concluimos que a prolixidade é mais que mediocride, é quase uma insanidade!

ARISTÓTELES. Poética.

MUTUM-DO-NORDESTE


O mutum-do-nordeste ou mutum-de-alagoas (Mitu mitu mitu) é uma ave craciform da família Cracidae encontrada originariamente na Mata Atlântica brasileira. Atualmente extinta na natureza devido à destruição de seu habitat para o plantio de cana-de-açucar e pela caça desregrada, no Nordeste brasileiro. Seus últimos registros datam de 1978, 1984 e 1987. A população atual da ave em cativeiro ultrapassa 100 unidades.

sexta-feira, 5 de março de 2010

SOBRE A TRANSITORIEDADE

Sigmund Freud

Não faz muito tempo empreendi, num dia de verão, uma caminhada através de campos sorridentes na companhia de um amigo taciturno e de um poeta jovem mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário à nossa volta, mas não extraía disso qualquer alegria. Perturbava-o o pensamento de que toda aquela beleza estava fadada à extinção, de que desapareceria quando sobreviesse o inverno, como toda a beleza humana e toda a beleza e esplendor que os homens criaram ou poderão criar. Tudo aquilo que, em outra circunstância, ele teria amado e admirado, pareceu-lhe despojado de seu valor por estar fadado à transitoriedade.
A propensão de tudo que é belo e perfeito à decadência, pode, como sabemos, dar margem a dois impulsos diferentes na mente. Um leva ao penoso desalento sentido pelo jovem poeta, ao passo que o outro conduz à rebelião contra o fato consumado. Não! É impossível que toda essa beleza da Natureza e da Arte, do mundo de nossas sensações e do mundo externo, realmente venha a se desfazer em nada. Seria por demais insensato, por demais pretensioso acreditar nisso. De uma maneira ou de outra essa beleza deve ser capaz de persistir e de escapar a todos os poderes de destruição.
Mas essa exigência de imortalidade, por ser tão obviamente um produto dos nossos desejos, não pode reivindicar seu direito à realidade; o que é penoso pode, não obstante, ser verdadeiro. Não vi como discutir a transitoriedade de todas as coisas, nem pude insistir numa exceção em favor do que é belo e perfeito. Não deixei, porém, de discutir o ponto de vista pessimista do poeta de que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor.
Pelo contrário, implica um aumento! O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos. Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Um flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela. Tampouco posso compreender melhor por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam perder seu valor devido à sua limitação temporal. Realmente, talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos venham a ficar reduzidos a pó, ou que nos possa suceder uma raça de homens que venha a não mais compreender as obras de nossos poetas e pensadores, ou talvez até mesmo sobrevenha uma era geológica na qual cesse toda vida animada sobre a Terra; visto, contudo, que o valor de toda essa beleza e perfeição é determinado somente por sua significação para nossa própria vida emocional, não precisa sobreviver a nós, independendo, portanto, da duração absoluta.
Essas considerações me pareceram incontestáveis, mas observei que não causara impressão quer no poeta quer em meu amigo. Meu fracasso levou-me a inferir que algum fator emocional poderoso se achava em ação, perturbando-lhes o discernimento, e acreditei, depois, ter descoberto o que era. O que lhes estragou a fruição da beleza deve ter sido uma revolta em suas mentes contra o luto. A idéia de que toda essa beleza era transitória comunicou a esses dois espíritos sensíveis uma antecipação de luto pela morte dessa mesma beleza; e, como a mente instintivamente recua de algo que é penoso, sentiram que em sua fruição de beleza interferiam pensamentos sobre sua transitoriedade.
O luto pela perda de algo que amamos ou admiramos se afigura tão natural ao leigo, que ele o considera evidente por si mesmo. Para os psicólogos, porém, o luto constitui um grande enigma, um daqueles fenômenos que por si sós não podem ser explicados, mas a partir dos quais podem ser rastreadas outras obscuridades. Possuímos, segundo parece, certa dose de capacidade para o amor — que denominamos de libido — que nas etapas iniciais do desenvolvimento é dirigido no sentido de nosso próprio ego. Depois, embora ainda numa época muito inicial, essa libido é desviada do ego para objetos, que são assim, num certo sentido, levados para nosso ego. Se os objetos forem destruídos ou se ficarem perdidos para nós, nossa capacidade para o amor (nossa libido) será mais uma vez liberada e poderá então ou substituí-los por outros objetos ou retornar temporariamente ao ego. Mas permanece um mistério para nós o motivo pelo qual esse desligamento da libido de seus objetos deve constituir um processo tão penoso, até agora não fomos capazes de formular qualquer hipótese para explicá-lo. Vemos apenas que a libido se apega a seus objetos e não renuncia àqueles que se perderam, mesmo quando um substituto se acha bem à mão. Assim é o luto.
Minha palestra com o poeta ocorreu no verão antes da guerra. Um ano depois, irrompeu o conflito que lhe subtraiu o mundo de suas belezas. Não só destruiu a beleza dos campos que atravessava e as obras de arte que encontrava em seu caminho, como também destroçou nosso orgulho pelas realizações de nossa civilização, nossa admiração por numerosos filósofos e artistas, e nossas esperanças quanto a um triunfo final sobre as divergências entre as nações e as raças. Maculou a elevada imparcialidade da nossa ciência, revelou nossos instintos em toda a sua nudez e soltou de dentro de nós os maus espíritos que julgávamos terem sido domados para sempre, por séculos de ininterrupta educação pelas mais nobres mentes. Amesquinhou mais uma vez nosso país e tornou o resto do mundo bastante remoto. Roubou-nos do muito que amáramos e mostrou-nos quão efêmeras eram inúmeras coisas que consideráramos imutáveis.
Não pode surpreender-nos o fato de que nossa libido, assim privada de tantos dos seus objetos, se tenha apegado com intensidade ainda maior ao que nos sobrou, que o amor pela nossa pátria, nossa afeição pelos que se acham mais próximos de nós e nosso orgulho pelo que nos é comum, subitamente se tenham tornado mais vigorosos. Contudo, será que aqueles outros bens, que agora perdemos, realmente deixaram de ter qualquer valor para nós por se revelarem tão perecíveis e tão sem resistência? Isso parece ser o caso de muitos de nós; só que, na minha opinião, mais uma vez, erradamente. Creio que aqueles que pensam assim, de e parecem prontos a aceitar uma renúncia permanente porque o que era precioso revelou não ser duradouro, encontram-se simplesmente num estado de luto pelo que se perdeu. O luto, como sabemos, por mais doloroso que possa ser, chega a um fim espontâneo. Quando renunciou a tudo que foi perdido, então consumiu-se a si próprio, e nossa libido fica mais uma vez livre (enquanto ainda formos jovens e ativos) para substituir os objetos perdidos por novos igualmente, ou ainda mais, preciosos. É de esperar que isso também seja verdade em relação às perdas causadas pela presente guerra. Quando o luto tiver terminado, verificar-se-á que o alto conceito em que tínhamos as riquezas da civilização nada perdeu com a descoberta de sua fragilidade. Reconstruiremos tudo o que a guerra destruiu, e talvez em terreno mais firme e de forma mais duradoura do que antes.

O PENSAMENNTO DE IMMANUEL KANT

"O sábio pode mudar de opinião, o ignorante, nunca". "Todo nosso conhecimento nasce no sentido, passa pelo entendimento e termina na razão". "O entendimento é o conhecimento do geral o juizo é a aplicação do geral ao particular, a razão é a faculdade de discernir a ligação entre o geral e o particular". "Nas trevas a imaginação trabalha mais ativamente do que em plena luz".

MICHELANGELO


Num dia como o de hoje em 06 de Março de 1475 nasceu o mestre do Renascimento, Michelangelo Buonarotti, na Itália. Entre as obras do arquiteto, escultor e pintor estão a Pietá, o Davi e, com certeza a mais conhecida de todos, a abóbada da Capela Sistina.

REENCONTRO



Para me reencontrar dentro deste labirinto, preciso me despertar, acordar desse sonho; pesadelo medonho, que não me deixa viver, nem ao menos compreender, o que vida quis dizer, ainda no prelúdio de cada amanhecer. Vivi assim sem jeito, ofuscado pela dor que arde no peito um calor passional dum prazer ilusório deste mundo banal.

Passou por meu cérebro no tempo da dor um turbilhão multicor, de cores intensas, que a vida plasmou no imaginário; e foi assim como se eu descobrisse então, uma fuga iluminada no meio da confusão. Confusão duma noite repleta de atalhos que faz de amanhã utopia distante e torna o presente um simples instante.

Quero retornar a primeira estação pela via iluminada de sol do verão, apreciar pela vida um novo refrão, seguindo e cantando uma nova canção. Uma canção que me leve para um novo fim; um fim que supere as agruras do fim, mas um fim que não seja o começo do fim.
Antonio Oliveira
(Imagens de Sambaituba)

SANTA PRESSÃO

Em 5 de Março de 1616 a Igreja Católica condena o livro de Copérnico que contém suas teorias astronômicas. Nascido na Polônia, no ano de 1473, Nicolau Copérnico é considerado o fundador da Astronomia moderna. Antes de sua teoria, os homens consideravam como verdadeira a tese de um cientista grego chamado Ptolomeu, que defendia a idéia de que a Terra era o centro do universo.
Contrário a esta idéia, Copérnico não se convenceu da idéia de que o Sol e todos os demais planetas giravam em torno da Terra. Por esta razão, defendeu a tese de todos os planetas, inclusive a Terra, giravam em torno do Sol (Heliocentrismo).
Assim como Copérnico, outros estudiosos não se convenceram da teoria de Ptolomeu; contudo, foi o fundador da Astronomia moderna o pioneiro na defesa bem fundamentada destes argumentos. Entretanto, somente após o surgimento de Galileu Galilei é que essa verdade, com auxílio de telescópio, pôde ser provada.
Ainda segundo as explicações de Copérnico, a Terra girava sobre si mesma, e as estrelas ficavam a muitas distâncias de nós. Todas as suas explanações foram publicadas em seu livro: Os Movimentos dos Corpos Celestes.

VILLA-LOBOS


Em dia 05 de Março de 1887 nascia no Rio de Janeiro Heitor Villa-Lobos que foi maestro e compositor brasileiro.
Frase de Vill-Lobos: "Quando o criador é original por natureza, pouco importam os meios de que se vale para fixar seu pensamento".

quinta-feira, 4 de março de 2010

Estreito de gibraltar

TERRA

Caetano Veloso

Quando eu me encontrava preso nas celas de uma cadeia foi que eu vi pela primeira vez as tais fotografias em que apareces inteira porém lá não estavas nua e sim coberta de nuvens terra, terra por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria. Ninguém supõe a morena dentro da estrela azulada na vertigem do cinema manda um abraço pra ti, pequenina como se eu fosse o saudoso poeta e fosses a Paraíba. Terra, terra Por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria; eu estou apaixonado por uma menina terra, signo de elemento terra, do mar se diz erra à vista terra, para o pé firmeza terra, para a mão carícia outros astros lhe são guia Terra, terra Por mais distante o errante navegante uem jamais te esqueceria. Eu sou um leão de fogo sem ti me consumiria a mim mesmo eternamente e de nada valeria acontecer de eu ser gente e gente é outra alegria diferente das estrelas. Terra, terra por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria. De onde nem tempo nem espaço que a força mande coragem pra gente te dar carinho durante toda a viagem que realizas no nada Através do qual carregas O nome da tua carne Terra, terra Por mais distante O errante navegante quem jamais te esqueceria. Nas sacadas dos sobrados da velha São Salvador há lembranças de donzelas do tempo do Imperador tudo, tudo na Bahia faz a gente querer bem a Bahia tem um jeito terra, terra Por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria.

(Imagem produzida por satélite)

PABLO PICASSO


"Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema".

"Não se pode fazer nada sem a solidão".

"A arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade".

SOBRE MIM

De hora em hora minha vida melhora... Dia a dia estou melhorando... Estou prosperando em todos os sentidos... Sou hoje, melhor que ontem, serei amanhã melhor que hoje, vivo com entusiasmo e confiança, buscando sempre um futuro melhor e mais risonho... As células do meu organismo se renovam por meios de pensaentos de harmonia. Amor, saúde, sucesso. Colho no presente o que plantei no passado, colherei no futuro o que plantar no presente, sou responsável pelos meus atos, sou otimista, sou alegre, sou jovial, sou paciente, sou tolerante, sei perdoar, adoro a vida... acho o mundo maravilhoso,bcumpro meus deveres com prazer e alegria, ganho honestamente o pão de cada dia, resolvo meus problemas com calma e serenidade, sou feliz... nasci para amar e servir... faço o bem sem olhar a quem... minha norma de conduta se baseia no respeito mútuo... amo a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo...assim eu sou.

(Autora: Raquel Dantas)

ANTONIO VIVALDI

Num dia como o de hoje, em 04 de março de 1678 nasceu em Veneza Antonio Lucio Vivaldi. Foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Era conhecido na intimidade por (il prete rosso), "o padre vermelho", por ser um sacerdote de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni (As Quatro Estações).

terça-feira, 2 de março de 2010

AOS TERRÁQUEOS


Nibirus, (chupa cabra das galáxias). Bem vindo ao sistema capitalista da Terra!

OS ÚLTIMOS GANHADORES DO PRÊMIO NOBEL DA PAZ

2002: Jimmy Carter (Estados Unidos); 2001: Organização das Nações Unidas (ONU) e seu secretário geral Kofi Annan (Gana); 2000: Kim Dae-Jung (Coréia do Sul);1999: Médicos sem fronteras (organização fundada na França);1998: John Humes e David Trimble (Irlanda do Norte e Grã-Bretanha);1997: Campanha internacional pela proibição das minas antipessoas e sua coordenadora Jody Williams (Estados Unidos);1996: Carlos Belo e José Ramos-Horta (Timor Leste);1995: Movimento antinuclear Pugwash (fundado no Canadá) e Joseph Rotblat (Grã-Bretanha);1994: Yitzhak Rabin, Shimon Peres (Israel) e Yasser Arafat (OLP);1993: Nelson Mandela e Frederik de Klerk (África do Sul);1992: Rigoberta Menchu (Guatemala);1991: Aung San Suu Kyi (Myanmar – antiga Birmânia);1990: Mikhail Gorbachov (União Soviética);1989: Dalai Lama (Tibete);1988: Forças de manutenção da paz das Nações Unidas.

DI CAVALCANTI

Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com a minha imaginação, nada mais ambiciono.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O COMEÇO DO FIM


Um gigantesco iceberg, do tamanho de Luxemburgo, se desprendeu da Antártida há duas semanas e seu deslocamento pode alterar as correntes oceânicas em todo o mundo.
O bloco de gelo, de 2.550 km quadrados, se desprendeu em 12 ou 13 de fevereiro da geleira Mertz, um glaciar de 160 quilômetros de comprimento que emerge da Antártida oriental e avança sobre o Oceano Antártico ao sul de Melbourne.
O iceberg, de 78 km de comprimento e quase 40 km de largura, com peso estimado de mais de 1 bilhão de toneladas, se desprendeu da geleira Mertz ao receber o impacto de outro iceberg, conhecido como B9B, a deriva desde 1987.
"Obviamente que com o aquecimento das águas as bordas das geleiras se tornam mais frágeis", disse Legrosy, que trabalha no Laboratório de Geofísica e Pesquisa Oceanográfica, na cidade francesa de Toulouse.
"Pela primeira vez temos um registro detalhado do ciclo completo de um desprendimento de iceberg: antes, durante e depois", assinalou o pesquisador.

G1 Globo.com