domingo, 26 de setembro de 2010

BUNDAS ESCLARECIDAS



A mensagem no cartaz diz o seguinte: "QUEM DECIDE AS ELEIÇÕES NO BRASIL NÃO É QUEM LÊ JORNAL MAS QUEM LIMPA A BUNDA COM ELE". Eis aí uma verdade absoluta! Aliás nesse pais que paga a um professor o mesmo salário que se paga a um coveiro,não pode ser diferente.

AO MESTRE COM CARINHO

Eu sempre quis explicar a gravidade, a relatividade, a história muçulmana, e a confusão copernicana. Mas acabei aqui dentro dessa redoma quadrada onde fui colocado na hipócrita noite de natal pelo psiquiatra trovador do hospital. Eu queria tanto te abraçar! Alcançar as estrelas não será fácil, mas juntos, quem sabe, poderemos encontrar um possível caminho! Voei com a imaginação pra decifrar o movimento, entender o desalento de cavalos e leões no meio dos furacões. Mas as pessoas dissimuldas do entardecer não querem aprender, pensam já saber... Na noite passada sonhei o sonho da burguesia. Os sonhos voam livres pelos campos da fantasia, a burguesia visionária tropeça na correria e cai nos braços dos monstros de sua própria autoria. Ah! Quem dera fosse eu um sonhador! Não sou. Eu sou um ente inacabado um ser transvalorado. Sou a transmutação de alguma engrenagem do sistema que asfixia, sou a borra gordurosa que entope as veias da hipocrisia, sou a luz que clareia a discrepância uma pedra no caminho da intolerância. Nesse país de ignorantes que troca vidas por diamantes eu sou uma coisa sem valor, sou apenas um professor!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

LABORATÓRIO CRIATIVO APRESENTA

O Espetáculo Vestida de Cetim aborda o tema morte, vista sob vários olhares. Para isso foram utilizados os textos Geni e o Zepelim de Chico Buarque, Acorda pra Morte Moça de Márcia Mascarenhas e diversos outros textos que enfocam o referido tema. O eixo norteador que liga as diversas representações da morte acenta-se na filosofia existencialista de Sartre, Heidegger e Schopenhauer, tendo em vista a inevitabilidade da morte, bem como a visão desta como fator de afirmação da própria existência. Nessa perspectiva a morte é tomada dentro de várias concepções, desde uma visão bastante materialista como nos poemas de Augusto dos anjos, evoluindo para a concepção da morte numa acepção metafórica alusiva a descontração/reconstrução perene dos valores morais, éticos, políticos e sociais que caracterizam o universo hermenêutico.
Local: Auditorio do CISO
Data: 29 de setembro de 2010
horas: 17:30
Valor: 3,00

ELENCO ANNE SILVA,MARCIA MASCARENHAS,HANS MULLER,LUCAS OLIVEIRA E LORENZA MUCIDA , DIREÇAO LUCAS OLIVEIRA(88028032)
PROMOÇAO E EXECUÇAO NUCLEO DE LITERATURA E FILOSOFIA DO CISO SOB A COORDENAÇAO DA PROFESSORA IRLANE VENANCIO(88556022)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ODALISCA ANDRÓIDE

"Eu estou sempre aqui, olhando pela janela. Não vejo arranhões no céu nem discos voadores.Os céus estão explorados mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui. Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica. Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv. Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária. Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou com restos de cinema e com seu amor, um disco voador."

Fragmentos do texto Disco Voador do (Fausto Fawcet)

EM CARTAZ NA URBIS IV "A MALA DA DECADÊNCIA" (ANTONIO OLIVEIRA) E (MISÊRERES NOBRES) (LABORATÓRIO CRIATIVO)



A Mala da Decadência é um monólogo criado e apresentado por Antonio Oliveira que estará em cartaz na Urbis IV, rua "A" Nº 24, Escola Pequeno Príncipe, no dia 24 de Setembro às 19h. Partindo do mito de Pandora o autor desenvolve uma estória capaz de levar a platéia às reflexões sobre questões relacionadas com a educação, política, meio ambiente... "Após girar o mundo todo esta mala enfim, chega às Terras do Sem Fim, conduzida pelo Aglarius que por um equivoco fatal pensava ser imortal, afinal, por dois mil e setecentos anos vivera uma vida normal; no entanto, teve seu final na zona do cacau"...

PROJETO DE PROMOÇÃO SOCIAL

JUSTIFICATIVA - Diagnóstico desvelado pelos muitos órgãos de pesquisas indica a ausência do Estado nos bairros periféricos das cidades brasileiras. Os habitantes das periferias não têm os serviços básicos e essenciais oferecidos pelo Estado. Esse espaço vem sendo ocupado por aqueles que vivem a margem das regras sociais, principalmente, pelos que exploram as drogas, os quais utilizam crianças e adolescentes em suas atividades criminosas. Com efeito, esse enorme exército de excluídos encontra-se basicamente localizado nas zonas periféricas das cidades que compõem a nação brasileira. Os indivíduos que se encontram nessa situação cultuam valores relacionados à sua própria sobrevivência, mostrando-se indiferentes aos valores éticos norteadores das sociedades civilizadas. A tendência natural é a corrida em direção ao terror, ou seja, aos homicídios que destroem números cada vez maiores de jovens conforme, lamentavelmente se vê todos os dias estampados nas páginas policias dos meios de comunicação. Diante dessa situação, urge a necessidade inadiável de nos aproximarmos desses jovens com uma proposta diferente daquela embasada na violência. Propomos ocupar esse espaço com apresentações teatrais, recitais poéticos, e debates reflexivos sobre temas do cotidiano da comunidade, por essa via, pretendemos desenvolver nos jovens outras concepções de vida. Nesse sentido, a nossa ação permitirá que o jovem aprecie e vivencie concretamente as situações de uma realidade posta no ambiente em que vivem. Mediante tal vivencia poderá colocar-se em ação toda pressuposição filosófica e artística como prática de vida baseada no questionamento, na problematização e sobre tudo no redirecionamento da ação fundamentada numa reflexão autônoma e emancipadora.

OBJETIVO GERAL: Desenvolver nas comunidades e, sobretudo nos jovens suas potencialidades cognitivas, e através da arte, criar-lhes uma consciência ética e reflexiva.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

I - Propor aos jovens que estimem os conceitos de verdade, honestidade e lucidez em detrimento dos vícios corruptores que degradam a sociedade.
II - Promover a cultura da delicadeza, da reflexão e da prudência em pró do bem estar social.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS - Realizaremos palestras de cunho filosófico, apresentação de peças teatrais, recitais poéticos; estimularemos os jovens ao debate sobre o tema narrado e sobre o comportamento dos personagens envolvidos nas referidas histórias. O diálogo será desenvolvido a fim de potencializar as competências dos jovens dentro de um contexto significativo e, estimulador da autonomia. O método que utilizaremos nesse trabalho, nos orientará nas abordagens dos temas do cotidiano dos jovens correlacionados com o enredo das histórias e os conceitos da arfe e da filosofia. Como forma metodológica enfocaremos no desenvolvimento de nossas ações o “Terceiro Preceito” carteziano, no qual segundo o autor (2004, p. 27) “Devemos conduzir por ordem nossos pensamentos, começando pelos objetos mais simples e fáceis de conhecer, e assim elevar pouco a pouco, como que por degraus, até o conhecimento dos mais compostos”. Dessa forma trabalharemos com temas simples do cotidiano, e por um processo de indução o elevaremos para serem confrontados com os temas mais compostos e necessários, assim os temas da vida ordinária nos conduzirá aos conceitos extraordinários da moral e da ética dos grandes pensadores filosóficos.

RECURSOS – Utilizaremos espaços públicos tais como prédios escolares e cobraremos ingresso da comunidade.

AUTOR DO PROJETO: ANTONIO OLIVEIRA – Professor de filosofia, poeta, ator e escritor.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

GREGORIO DE MATOS - BOCA DO INFERNO - POETA BAHIANO


Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha
Por mais que a fama a exalta
Numa cidade onde falta
Verdade, honra e vergonha.

Assim Gregório de Matos abre um poema criticando a Bahia de seu tempo. A sátira política tornou-se uma das vertentes mais conhecidas de sua obra poética.

Gregório de Matos Guerra era o terceiro filho de um fidalgo português, estabelecido no Recôncavo bahiano como senhor de engenho, e de uma brasileira. Ao contrário dos irmãos mais velhos que não se adequaram aos estudos e dedicaram a ajudar o pai na fazenda, Gregório recebeu instrução na infância e adolescência e foi enviado para a Universidade de Coimbra, onde bacharelou-se em direito.

Teria sido juiz do Cível, de Crime e de Órfãos em Lisboa durante muitos anos. Na Corte portuguesa, envolveu-se na vida literária que deixava o maneirismo camoniano e atingia o barroco, seguindo as influências espanholas de Gôngora e Quevedo. Por essa ocasião, teria também casado e tido acesso ao rei Pedro 2o, de quem ganhou simpatia e favores.

Sua sorte, porém, mudou bruscamente. Enviuvou e caiu em desgraça com o rei, segundo alguns biógrafos, por intriga de alguém ridicularizado em um de seus poemas satíricos. Acabou retornando à Bahia em 1681, a princípio trabalhando para o Arcebispo, como tesoureiro-mór, mas logo desligado de suas funções.

Casou-se, então, com Maria dos Povos, a quem dedicou um de seus sonetos mais famosos. Vendeu as terras que recebera de herança e, segundo consta, guardou o dinheiro num saco no canto da casa, gastando-o à vontade e sem fazer economia. Ao mesmo tempo, tratou de exercer a advocacia, escrevendo argumentações judiciais em versos.

A certa altura, resolveu abandonar tudo e saiu pelo Recôncavo como cantador itinerante, convivendo com o povo, freqüentando as festas populares, banqueteando-se sempre que convidado. É nessa época que se avoluma sua obra satírica (inclusive erótico-obscena) que iria lhe valer o apelido de "Boca do Inferno". Mas foi a crítica política à corrupção e o arremedo aos fidalgos locais que resultaram em sua deportação para Angola.

De lá, só pôde retornar em 1695, com a condição de se estabelecer em Pernambuco e não na Bahia, além de evitar as sátiras. Segundo os estudiosos, nesses momentos finais de vida, tornou-se mais devoto e deu vazão à poesia religiosa, em que pede perdão a Deus por seus pecados. Morreu em data incerta no ano seguinte.

Vale lembrar que a fama de Gregório de Matos - um dos grandes poetas barrocos não só do Brasil, mas da língua portuguesa - é devida a uma obra efetivamente sólida, em que o autor soube manejar os cânones da época, seja de modo erudito em poemas líricos de cunho filosófico e religioso, seja na obra satírica de cunho popularesco. O virtuosismo estilístico de Gregório de Matos não encontra um rival a altura na poesia portuguesa do mesmo período.

(Uol Educação)