sexta-feira, 16 de julho de 2010

JOSÉ BASTOS: O PARNASIANO ITABUNENSE

UM CANTO PARNASIANO

Segundo Hamilton Nepomuceno, organizador e prefaciador da segunda edição de Horas Líricas, primeiro e único livro do poeta Itabunense José Bastos (1905 – 1937), nascido no então arraial de Água preta, hoje o bairro Antique, o poeta completou o aprendizado das letras na cidade natal, depois seguiu para a capital de onde retornara por conseqüência da morte de seu pai em Agosto de 1918.

“Horas Líricas” foi publicado em 1930 e reeditado como homenagem ao cinqüentenário de Itabuna. Com esse livro em mãos o poeta foi para o Rio de Janeiro, onde pretendia inserir-se na vida cultural da antiga capital do país, não conseguindo seu intento. Melancólico e doente, vítima da tuberculose, ateia fogo em toda a sua produção ainda inédita em verso e prosa, da qual apenas do título se tem notícia: “Terra Verde”.

E sua poesia não é outra senão o reflexo de um rigoroso senso estético, quanto a linguagem e estrutura, não variando muito quanto a forma (o soneto), fruto de uma escola parnasiana, da qual Olavo Bilac foi, no Brasil, seu artífice mais talentoso.

Como todo poeta parnasiano José Bastos não economizou no uso de palavras incomuns, evitava o intimismo sendo objetivo e impessoal. Seus temas quase sempre são sobre a natureza ou arqueológicos, mitológicos ou históricos.

Fiel a esse ideário, o poeta procura de maneira intencional os ideais clássicos de beleza, equilíbrio, universalidade, harmonia, materialismo com a finalidade de atingir o universalismo platônico, que tanto é mais verdadeiro quanto mais as pessoas acreditarem nele.

(jornal Agora, de Itabuna Caderno Banda B)

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