quinta-feira, 1 de abril de 2010

FRIDA KAHLO - DA ANGÚSTIA AO SUICIDIO


Frida Kahlo (1907 – 1954) Cidade do México. Logo aos 6 anos, vítima de pólio, foi afectada fisicamente ao ficar com a perna direita mais magra que a outra. No entanto, e já na escola preparatória, Kahlo mostrava um acentuado espírito incomformista e de rebelião, liderando grupos de jovens contestadores, o que anunciava a sua dureza e severidade de espírito em contraste com a sua (de futuro, ainda pior) debilidade física.
De facto, aos 18 anos foi marcada por uma maior tragédia, ao sofrer um grave acidente rodoviário quando viajava num autocarro: partiu a coluna, o pescoço, várias costelas, o pélvis, a perna direita teve 11 fracturas, o pé direito ficou deslocado e esmagado, e também um ombro se deslocou. O horror físico e psicológico resultante deste acidente é retratado de forma impressionante num dos seus mais famosos quadros.
Um amigo próximo, algum tempo depois do acidente de Kahlo e de esta ter voltado a andar, apresentou-a a Diego Rivera, vindo-se esta a revelar a relação mais importante e controversa da vida de Frida. De facto, o seu casamento com Rivera revelou-se um poço de fortes emoções, carregado de amor e ódio, de lealdade e traições, de contrastes, bem revelados na própria aparência física de ambos: o elefante e a pomba – ele, enorme e gordo; ela, magra e pequena.
A influência de Rivera na obra de Kahlo é, por isso, bem patente, desde logo na imagem de marca da então cada vez mais reconhecida, no México, Europa e EUA, Frida Kahlo: as roupas populares e típicas mexicanas (vestidos coloridos e compridos), bem como as sobrancelhas grossas e unidas, foram sugestões de Rivera que acabaram por se tornar incontornáveis ao longo de toda a vida de Kahlo.
Frida levava uma vida de altos e baixos, entre a extroversão e sociabilidade (gostava de estar com amigos a cantar e beber Tequilla), e as tendências depressivas, algumas vezes culminadas em tentativas de suicídio, principalmente a partir de 1953, ano em que realizou a sua única exposição no México (obtendo com esta um sucesso e fama ainda mais abrangentes), e em que teve que ter a perna direita amputada abaixo do joelho, devido à gangrena. Daqui para a sua última tentativa de suicídio (apontada como provável causa de morte, tendo em conta que não foi realizada a autópsia), pouco tempo passou - Kahlo pode ter cometido suicidio aos 47 anos, a 13 de Julho de 1954, deixando como últimas palavras escritas: “Espero que a partida seja alegre e espero nunca mais voltar.”.

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