segunda-feira, 15 de março de 2010

HOMEM: UM SER PARA A MORTE


Para Heidegger, um dos “existenciais” que caracterizariam o homem é o “ser-para-a-morte”. Isto significaria que entre as diversas possibilidades do homem há uma que representa “a possibilidade da impossibilidade”, ou seja, quando esta ocorre, todas as demais possibilidades ficam excluídas. A morte é experimentada como uma perda, mas uma perda sofrida pelos sobreviventes e não pelo próprio defunto. O homem não é um ser acabado mas em vias de acabamento. Avançar para a morte consiste em aproximar-se do ponto para onde covergem o ser e o nada. Assim que um homem ganha a vida, ele já esta suficientemente velho para morrer, ou seja, a morte faz-se presente ao homem imediatamente após o seu nascimento. Assim a vida é o começo duma destruição, dum desaparecimento, no qual, a morte é a força secreta.
Mas uma coisa pode acontecer para despertar o homem para sua condição mais própria, a angústia. Ela resulta da falta de base da existência humana. A "existência" é uma suspensão temporária entre o nascimento e a morte O projeto de vida do homem tem origem no seu passado (em suas experiências) e continuam para o futuro, o qual o homem não pode controlar e onde esse projeto será sempre incompleto, limitado pela morte que não pode evitar.
A angústia funciona para revelar o ser autêntico, e a liberdade como uma potencialidade. Ela enseja o homem a escolher a si mesmo e governar a si mesmo.
Na angústia, a relevância do tempo, da finitude da existência humana, é experimentada então como uma liberdade para encontrar-se com sua própria morte, um "estar preparado para". No momento da angustia todas as entidades em que o homem estava mergulhado se afastam, afundando em um "nada e em nenhum lugar," e o homem então em meio às coisas paira isolado, e em nenhuma parte se acha em casa. Enfrenta o vazio, descobre-se nú, compreende-se como um ser para a morte. Assim, a angustia "sóbria" e a confrontação implicada com a morte têm importância metodológica: certos fundamentos são revelados.

2 comentários:

  1. A VIDA NÃO TEM GRAÇA NENHUMA!

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  2. "Moço, viver é muito perigoso!" - Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa em "Grande Sertão Veredas"

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